Andamos todos "práqui" às porras e às turras com a rebaldaria e a roubalheira que grassa no desporto caseiro e cansamo-nos de exigir que alguém ponha ordem nisto em nome da verdade, da moral e dos bons costumes.
Entretanto, na BBC vou acompanhando a "luta" de um indiano (Anna Hazare) contra a corrupção, à conta da qual foi preso e está agora em greve de fome.
(Porque coincidência os que lutam contra estas coisas na India tem nome de mulher? Foi o Indira e agora é o Anna).
Já se percebeu que quando a justiça não faz o seu trabalho, toda a raça de pulhas, ladrões e corruptos vem ao de cima e faz o que lhe apetece sem que ninguém os castigue.
Porque agora ando com mais tempo para a leitura e estando a revisitar "D. Quixote de la Mancha" numa bela edição de 4 volumes usados, mas como novos, que me custaram 10 €(?), "apanhei" a seguinte frase que nos diz que já por volta do ano 1600, para Miguel de Cervantes, a questão da má justiça já era falada:
"A justiça continha-se nos seus limites próprios, sem que ousassem turbá-la nem ofendê-la o favor e interesse, que tanto hoje a enxovalham, perturbam e perseguem."
E, pelo que se vai sabendo, nuestros hermanos não se viram livres dessa praga.
Pondo de parte (embora não perdendo de vista) Indianos e Espanhóis e olhando ao nosso pequeno quintal, também já percebemos que essa praga está metida em todos os cantos e recantos da nossa sociedade e ganhou tal força que faz os simples cidadãos deste país sentirem-se inseguros e certos que não será a justiça que os defenderá dessa pandilha.
E está montado o cenário para que cada um pense por si e pelos seus e assobie para o lado quando se trata de defender o bem comum.
Mesmo aqueles que tendo obrigações neste campo e sendo honestos, evitam cabeças de cavalo na cama, travões do carro sabotados, visitas à escola dos filhos, rótulas avariadas e outras minudências.
Como não temos um inspector como aquele do filme "O polvo" nem um Baltazar Garzón, não vai ser nesta geração que haja algo que nos dê esperança em melhores dias.
Como o desporto (à excepção dum pequeno grupo) não leva pão à mesa do cidadão, este estará ainda menos disposto a lutar pela sua transparência e verdade uma vez que terá coisas muito mais importantes com que se preocupar.
Esperançado que entre tanto malandro que pulula pelas costuras do desporto haja ainda quem se preocupe e pugne pela sua limpeza, e que destes hajam muitos no Glorioso, já tratei de escolher o banquinho onde me vou sentar nos próximos anos, que isto de esperar de pé transtorna-me as varizes!
Até lá, VIVA O BENFICA!!!
2 comentários:
Achas que o banco vai aguentar contigo tanto tempo?
Com o calor do deserto,a madeira seca e cá com os ares do mar...
Não seria melhor arranjares um Banco de verdade,cheio de notinhas de 500?Era mais confortável e se fosse de dinheirito já lavado,até poderias ter um sofá com massagem incorporada,por causa da fibromialgia,que é doença de gente rica.
Só uma nota: Indira Gandhi era mesmo uma mulher. Não confundir com Mahatma.
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