O jornalismo de investigação aparenta ter os dias contados.
Com o advento dos jornalistas de "carregar pela boca", qualquer sujeito(a) com carteira do ramo só tem que ir aos sites dessas agências de informação, tipo "lusa", fazer copy/paste e venham lá os 500 euritos mensais que há contas para pagar.
Já não adianta meter umas "flores" na notícia para não soar tanto a transcrição porque se nota logo no "português" que anda ali mão de um(a) que apanhou nega na disciplina.
Veio-me esta questão à ideia, devido basicamente a três situações:
1 - Li que o senil corrupto fez a viagem para a Dinamarca sempre bem disposto e de pé no avião.
Um verdadeiro jornalista, tentaria saber junto das suas fontes sempre bem informadas se o dito não se sentou porque a nandinha não o queria ao pé dela devido ao cheiro, ou se era ele próprio que precisava de arejar por já estar agoniado.
A notícia teria muito mais côr (e cheiro, diga-se!)
2 - Correu (tão depressa, que desapareceu!) que aquela agremiação mafiosa não pagou dois jogadores que pensava ter roubado ao SLB.
Aqui, deve ter havido malandrice dos belgas dizendo ao mafioso que o Benfica queria os rapazes à força toda!
Quem deu a volta pela pasquinada, percebeu que bastava ler a primeira que as outras eram todas iguais.
Um verdadeiro jornalista, pegaria na notícia e informava o povo que o incontornável padrinho, numa jogada de antecipação que deixou Gregos, Irlandeses, Espanhóis, Italianos e tugas perplexos, foi o primeiro a praticar aquilo que todos os políticos do mundo (especialmente os que recebem chorudas comissões) consideram a reencarnação do diabo: DEFAULT!
Poderia ainda adornar dizendo que bastou o velho caquético ter visto o nome de um dos rapazes, para se ter acendido uma lâmpada (luz não, hem?) naquela abóbora encarquilhada e que o tornou num homem adiantado para o seu tempo.
3 - Em dias que o Glorioso não joga, lá vem a encomenda das chefias para se "arranjar" uma notícia sobre o Benfica a ver se alguns benfas compram os papéis, mais que não seja para poderem limpar o rabo com a página onde ela está.
Mas também aí a falta de engenho tem sido uma coisa de bradar aos céus.
Um verdadeiro jornalista, mesmo que estivesse em dia não, pelo menos em vez de dizer que um qualquer (dos muitos) grande jogador do Glorioso quer sair (coisa que a malta já não acredita e como tal não compra) inventava um nome, tipo: "Caixa, do Benfica, farto de estar no banco, não quer pôr lá mais o rabo".
O pessoal, atordoado por não conhecer esse jogador, iria a correr comprar o monte de papéis para tentar perceber porquê lhe escapou aquele.
Pelo menos, uma coisa boa se retira deste jornalismo de sarjeta que arrasta os pasquins para tiragens cada vez mais diminutas.
As árvores e quem delas beneficia (todos nós) agradecem!