Era uma vez...

Posted by lawrence On terça-feira, 25 de setembro de 2012 2 comentários



Era uma vez um país de faz-de-conta chamado....Portugal.

Onde havia um Clube desportivo que, pelas suas performances desportivas aquém e além fronteiras, ganhou uma massa adepta de longe superior a qualquer um outro, quer no continente quer, como eram chamadas à data, nas províncias ultramarinas.
 
Acontece que, quer esse Clube, quer o país, tiveram o azar de por lá passarem ( e se calhar ainda estarem) alguns dirigentes que, no que toca a competência e visão do futuro, tinham ido à casa de banho quando Deus as distribuíu.
 
Como tal, tiveram que estender a mão a alguém a quem antigamente  apelidavam de agiotas, embora nos tempos que correm os apelidos são muitos mais ( o diabo,  FMI,  troika,  BCE, petrodólares,  mafiosos, aventalados, etc.).
 
Como "esses tais" já não estão muito naquela de emprestar a "x" de juros, dá cá o meu e até um dia, viram neste país cheio de ex-trolhas, patos-bravos, chico-espertos, chulos, lambe-botas  e alpinistas, um maná que interessa fomentar e fazer render até às calendas.
 
Não esquecer que este era uma vez, faz-de-conta tanto para o Clube como para o país que eu cá não aceito separar coisas que obrigatóriamente estão e estarão juntas porque o combustível que ambas gastam é o mesmo:"grana"!
 
Ao país, espetaram com ele numa coisa chamada CEE fazendo crer ao povo que se estava junto com espanhóis, franceses, ingleses e alemães, poderia viver e gastar como eles e toca a emprestar-lhe dinheiro como se não houvesse amanhã!

E fizeram-se expo's, auto-estradas, pontes, túneis, PPP's e fundações granel e só não mais aeroportos e TGVês porque os "esses tais" acharam que também era demais e fecharam a torneira!
 
Ao Clube, como aliás a alguns outros e no caso de serem fraquinhos demais, a câmaras municipais, convenceram-nos a fazer um europeu de futebol e a construir estádios como se não houvesse amanhã também!

Quer dizer que em termos de presente, os "esses tais" já tinham metido a trela e o açaime onde queriam.

Em termos de futuro e esquecendo por um bocado o país e olhando mais ao Clube e ao mundo desportivo onde se insere, uma coisa é um mercado que dizem de 5 milhões, outra coisa é o mercado todo!

E se o sul tem dois clubes com muitos adeptos, o norte pode muito bem também suportar outros dois até porque há lá mais "combustível", muito dele a necessitar de ser "coado" e "purificado".

O trabalho chato e demorado é ter que  equilibrar as coisas de modo a que numa primeira fase se puxe para cima um clube do norte (olha! até tem um ex-trolha como presidente!) não se deixe o Clube crescer mais  através das arbitragens, da liga, da federação e de todos os alçapões possíveis e imaginários, através do torniquete financeiro "pôr na linha" outro clube que se acostumou a fazer tudo o que lhe apetece (e eles já estão a remodelar internamente!) e mantendo o $oro ao outro do sul para que não se apague enquanto não ganha rumo.

Para que os campeonatos sejam mais equilibrados e que mais clubes possam ganhá-los criando uma nova massa de adeptos activos (pagantes, para ser mais correcto!) em vez dos mesmos de sempre.

Metendo também novamente o país ao barulho, não esquecer também que os "esses tais" são a cabeça do polvo que através  dos bancos, dos partidos, dos jornais, das televisões e dos azeiteiros sejam do charuto ou do ferro-velho, movimenta os seus tentáculos.

Claro que, dentro dos clubes e dos partidos, quem estiver disposto a seguir a cartilha, terá sempre o apoio "desses tais" que por um lado não deixarão que mais ninguém, por puro clubismo ou linha política apenas, se levante para disputar qualquer eleição porque à partida lhes é negado o apoio financeiro, ao mesmo tempo que vão colaborando, dando "abébias" e tachos noutras áreas de negócios onde também a "grana" é o combustível.

É por isso que se assiste a amizades, negócios, trocas, empréstimos, apoios, almoçaradas, empregos, etc. a, e com pessoas que, num mundo que não o de faz-de-conta, deveriam obrigatóriamente estar em lados opostos da barricada.

É por isso que se assistem a inexplicáveis erros de condução e organização, silêncios comprometedores e gritarias sem destino.

E para que o povo se convença que tem voto na matéria, vão-se fazendo umas eleições "democráticas" onde os que se apresentam a votos (são cada vez menos!) com hipóteses de ganhar tiveram que receber a bênção prévia do polvo para que, mudando a mosca, a m*#da seja a mesma!

E eu,  sinceramente, farto do faz-de-conta, se já deixei de votar em partidos (que, pasme-se,  ainda recebiam pelo meu voto!) também não me sinto nada confortável a assistir ao triste (sad em inglês) espectáculo que se vive nos dias que correm naquilo a que querem que eu chame de meu Clube e meu país!

Prefiro fazer um "rewind", sair deste faz-de-conta dos últimos anos e lançar um olhar saudoso aos meus primeiros anos de Benfiquismo e Portugalidade.

E desejar que um dia, alguém com o mesmo espírito de Cosme Damião e D. Afonso Henriques, refundem  o Sport Lisboa e Benfica e o Portugal que me roubaram!  

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