CRÓNICA DAS ARÁBIAS (14)

Posted by lawrence On quarta-feira, 13 de outubro de 2010 1 comentários

A BOA OU MÁ MOEDA, FAZEM A BOA OU MÁ IMAGEM
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A empresa onde me encontro, foi "construída" há 30 anos atrás por Portugueses.
No hall do escritório, há uma foto de uma antiga equipa de futebol da empresa, onde, conforme me foi explicado, estão dez Portugueses e um Eritreu (pelo físico, um extremo!).
O actual encarregado-geral da produção, Filipino, vem desses tempos.
Tal como uma boa meia-dúzia de outros funcionários, ainda hoje apreciadores de bacalhau, à conta dos "tugas".
Para além das relações de trabalho, há sempre um bocado para conversar sobre as realidades dos nossos países.
Para além do comum Fernão de Magalhães, eu com questões sobre o pós-Marcos, os Aquinos, locais turísticos, etc. e ele também sobre locais turísticos (ainda lá vai passear!), a nossa integração na UE, Cristiano Ronaldo, Mourinho e, claro, o Glorioso!
Dado que os Portugueses foram deixando a empresa (e não só aqui porque há 30 anos havia muitos Portugueses, especialmente na construção e indústria) sendo substituídos por mão-de-obra mais barata oriunda da Ásia (Filipinos, Paquistaneses, Bangladeches, Indianos e agora também Chineses), este pessoal foi perdendo contacto com as nossas realidades.
Chegados à questão do porquê do Benfica nas últimas décadas ter deixado de aparecer tanto na alta-roda Europeia (que todo o mundo acompanha), lá tive de explicar ao homem que quando esta empresa foi fundada, também em Portugal foi "fundado" um sistema de batota e corrupção que fez com que o Glorioso deixasse de aparecer tanto na ribalta e outro tivesse emergido.
Oporto? perguntou logo de chofre!
Tentando explicar-lhe o "modus-operandi" dessa corja e como chegaram onde estão, deixei muitas dúvidas no homem.
E sabem porquê?
Porque esta pessoa estava acostumada a Portugueses que não deixavam para amanhã o que podiam fazer hoje.
E não lhe "entrava" que durante 30 anos ninguém tivesse feito nada para acabar com a situação.
Em jeito de comparação e até de autocrítica a si e aos seus conterrâneos, disse-me:
"Isso nem nas Filipinas durava tanto tempo!"
Tive que me valer do "Youtube" e das conversas traduzidas para que o homem acreditasse.
Mas fiquei com um problema:
Estraguei a boa imagem que esta pessoa e outras a quem eventualmente ela possa contar, tinham dos Portugueses e da sua determinação em resolver situações e ultrapassar dificuldades!
E se em futuras conversas o homem me perguntar se os tipos já foram condenados e quantos anos apanharam?
Terei que lhe explicar também o estado da nossa "justiça"?
E "enterrar" mais o meu País?
Pôrra!!

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